Cibele Chacon – da redação
O secretário municipal de Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, pediu afastamento do cargo após sua residência ter sido alvo de mandado de busca e apreensão durante uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (16). A ação faz parte da nova fase da Operação Mafiusi, que busca desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas.
A operação foi deflagrada simultaneamente em nove cidades — Curitiba (PR), Maringá (PR), São Paulo (SP), Santana de Parnaíba (SP), São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP), Ribeirão Pires (SP), Peruíbe (SP) e Jardinópolis (SP) — com o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e doze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba.
Além das medidas de prisão e busca, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores, o sequestro de imóveis e o congelamento de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, somando cerca de R$ 13,89 milhões.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo desta etapa é atingir o núcleo financeiro da organização, responsável por movimentar e lavar o dinheiro oriundo do narcotráfico internacional. O grupo utilizava uma rede complexa de pessoas físicas e jurídicas, com contas bancárias em diferentes instituições, para movimentar cifras multimilionárias.
As investigações atuais se baseiam em informações obtidas na primeira fase da Operação Mafiusi, deflagrada em 10 de dezembro de 2024, que já havia revelado um esquema sofisticado de lavagem de capitais. Na época, a PF identificou operações com câmbio paralelo (dólar-cabo), uso de fintechs e empresas de fachada, e a criação de documentos falsos que simulavam serviços de locação de veículos e máquinas, tudo com o objetivo de dissimular a origem ilícita dos valores.
A continuidade das apurações também apontou fortes indícios de que a liderança da organização aplicou recursos provenientes do tráfico na aquisição de um time de futebol, utilizando um intermediário com histórico criminal. Além disso, os investigadores reuniram novas provas que confirmam o envio contínuo de cocaína ao exterior e a ligação direta com uma facção criminosa paulista de atuação nacional.
O caso segue sob investigação, e até o momento não há informações sobre prisões em Maringá. O secretário Carlos Augusto Ferreira não foi preso, mas teve sua residência incluída entre os alvos de busca.






